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Carne Cultivada: a proteína do futuro

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Imagine colher algumas células de um boi, para depois multiplicá-las até se tornarem uma picanha. Essa é a essência da técnica de cultivo de carne, área de estudo que dá seus primeiros passos no Brasil. 

A pesquisa e o desenvolvimento de carne cultivada têm o potencial de movimentar o mercado de proteína e causar impacto em diferentes segmentos de consumo. Não à toa a maior exportadora de carne animal do mundo, a JBS, já está investindo em pesquisas para estudar a viabilidade do produto.

As vantagens de um futuro com cultivo de carne

Os benefícios que a produção de carne cultivada promete são tanto comerciais, quanto ambientais. Primeiro, se as pesquisas avançarem em um ritmo eficaz, surge a possibilidade de escalar a produção para atender grandes mercados. Com o aumento de novos produtos proteicos nas prateleiras, o acesso a uma alimentação nutritiva pode aumentar com os lucros das empresas.

Na medida que os laboratórios aperfeiçoam as técnicas, a carne cultivada ganha a chance de escalar em produção

Segundo, cria-se uma alternativa à produção de proteína animal convencional. Mais opções de produtos tendem a aumentar a competitividade no mercado, o que influencia na disponibilidade e na política de preços dos produtos. No futuro, a proteína cultivada pode se apresentar como uma opção à carne convencional, atendendo a diferentes gostos e necessidades.

Em terceiro lugar, o cultivo de carne em laboratório pode reduzir os impactos ambientais associados à criação de gado. Hoje, a produção de proteína animal é uma grande geradora de gases de efeito estufa, segundo a Embrapa. Um processo contido e replicado em laboratório pode reduzir a pegada ambiental que o consumo de carne deixa no meio ambiente.

De acordo com o relatório de avaliação Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, a carne cultivada é uma tecnologia alimentar incipiente que pode ajudar a reduzir consideravelmente as emissões globais da produção de alimentos, devido à sua “pegada menor de terra, água e nutrientes”.

O processo de cultivo de carne em etapas

Os estudos e testes de cultivo de carne surgiram como uma convergência de conhecimentos da  biologia molecular, engenharia química e de alimentos e microbiologia, além de outras áreas. Segundo a pesquisadora Kátia Verdi, ao reunir várias ciências sob um objetivo, demonstra-se  a complexidade que o processo exige.

Simplificando, o processo pode ser resumido nas etapas:

  1. Colher amostras de tecidos celulares do animal.
  2. Isolar as células e cultivá-las em um meio de cultura com nutrientes específicos para que se multipliquem.
  3. Controlar a multiplicação em biorreatores até atingir os requisitos desejados.
As células cultivadas em um meio de cultura rico em nutrientes é capaz de se multiplicar até tomar a forma desejada

Os diferentes métodos de cultivo de carne e seus parâmetros

O processo de cultivo pode ser conduzido combinando células de diferentes origens. Desta forma, é possível criar uma proteína que combine células musculares e de gordura em diferentes proporções, com diferentes perfis de sabor.

Em linhas gerais, os métodos de cultivo são guiados por imitar parâmetros que buscam conferir a qualidade à proteína animal. Aspectos como a textura, aparência, sabor, vida útil e aroma servem de norte para produzir um alimento que seja saboroso e nutritivo, ao mesmo tempo.

Institutos SENAI e a pesquisa em carne cultivada

Estrutura de equipamentos do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, localizado em Chapecó (SC)

Hoje, para tocar um projeto de PD&I em cultivo de carne é necessário uma gama de equipamentos e especialistas. 

O Laboratório de Biologia Molecular do Instituto SENAI de Tecnologia em Alimentos e Bebidas, localizado em Chapecó–SC, fornece a estrutura para esse tipo de pesquisa. Equipamentos como o Nariz Eletrônico e a Língua Eletrônica permitem estudar os perfis de sabor e cheiro das carnes para replicá-las.

Outras estruturas laboratoriais também são necessárias para esse tipo de projeto. Softwares de bioinformática e ensaios físico-químicos também são essenciais para levantar as informações que assistem o processo de cultivo. Toda essa expertise é encontrada dentro dos Institutos SENAI para auxiliar as indústrias de alimentos a perseguirem essa nova tendência de mercado.

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