O setor agrícola tem grandes obstáculos em seu horizonte para superar. Primeiro, a necessidade de alimentar uma população mundial crescente, de maneira sustentável e nutritiva. Enfrentar as adversidades criadas pela mudança climática. Isso tudo, levando em conta a complexidade logística de distribuir alimentos para um mundo de cadeias de consumo globais. Esses são os três principais desafios do agro para as próximas décadas, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Para enfrentar esses desafios, as empresas rurais terão que se reinventar com investimentos em tecnologia e inovação. A boa notícia é que essa mudança já está acontecendo. A agricultura 4.0 é um termo que se refere à transformação em curso no setor agrícola. Essa quarta revolução industrial no campo consiste na busca por mais eficiência produtiva por meio da combinação da agricultura de precisão, a internet das coisas (IoT) e análise de grandes volumes de dados (Big Data).
Os Pilares da Agricultura 4.0
O que permite os produtores agrícolas buscarem mais celeridade e eficiência nos seus processos são a conectividade, a integração de equipamentos e a coleta de dados para otimizar processos produtivos e de gestão.
Com a conexão de equipamentos, câmeras e sensores em rede é possível captar uma grande quantidade de dados, gerando insights para a produção em larga escala, sem diminuir a qualidade. Essas informações podem servir de insumo para a automação de processos com a robótica.
A agricultura sempre foi caracterizada por um processo em quatro etapas: preparo do solo, plantação, colheita e armazenamento dos produtos, sejam eles grãos, frutas, hortaliças, ou tubérculos. A incorporação das tecnologias digitais pode ser aplicada em qualquer uma dessas etapas, tornando o formato de produção do campo mais inteligente. Os ganhos para o produtor vão desde diminuir o desperdício de recursos, até aumentar o volume das safras.
A prática que busca otimizar tornar as atividades rurais é também chamada de agricultura de precisão. Conforme a Embrapa, é um conjunto de técnicas de apoio à agricultura que se utiliza de tecnologia de informação e sensores. A agricultura de precisão também pode auxiliar na tomada de decisão pelo produtor sobre a área de manejo, ou no combate às pragas.
Outra boa notícia é que estas tecnologias podem ser usadas em diferentes escalas de plantio. Tanto grandes, quanto pequenos e médios produtores podem se beneficiar da gestão inteligente de recursos nos campos. Para isso, o empreendedor rural deve analisar sua área produtiva, considerando todas suas particularidades e fatores que impactam a produção, como o clima, solo, equipamentos usados (sistemas de irrigação, colheitadeiras e tratores), incidência de ervas daninhas, doenças, pragas e outros.
As novas tecnologias para o campo
Um dos principais recursos para a agricultura 4.0 são os sensores. Esses dispositivos permitem que o empreendedor rural reúna informações de qualidade sobre o cultivo, clima local e o solo. Dentre os tipos de dados que podem ser captados pelos sensores estão as informações microclimáticas, estado hídrico das plantas, estado nutricional, detecção de pragas, contagem de grãos e outros.
O grande volume de dados captados pelos sensores precisa ser transportado por meio de uma conexão. É nesse momento que entra em campo a internet das coisas (IOT), como forma de integrar a coleta com a análise dos dados. O Big Data é o aproveitamento dessas informações na forma de conclusões que possam balizar as decisões dos produtos.
A partir da internet das coisas é possível conectar tanto os sensores, como os equipamentos (colheitadeiras, plantadeiras, pulverizadores, irrigadores, tratores e outros) para coordenar a atuação dos agricultores. A integração do IoT com o maquinário também permite a automação de alguns processos.
Outra ferramenta que está em voga no arsenal da agricultura é a visão computacional. Algoritmos de visão computacional podem ajudar a identificar a propagação de pragas, reconhecer a necessidade de irrigar certas regiões pela cor das plantas, ou mesmo separar grãos podres dos sadios. Essa tecnologia de reconhecimento visual também vem acompanhada do uso de satélites e drones, que captam as imagens a serem analisadas.
O trabalho dos Institutos SENAI com a agricultura 4.0
Para alcançar as transformações da agricultura 4.0, são necessários investimentos em PD&I. Hoje, os Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação contam com a infraestrutura física e capital intelectual para tocar projetos que atendem diretamente a modernização do agronegócio.
Em Florianópolis, o Instituto SENAI de Inovação em Sistema Embarcados é capaz de desenvolver sistemas de internet das coisas (IOT), visão computacional, modelos preditivos e inteligência artificial para auxiliar na tomada de decisão dos produtores.
O Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser, localizado em Joinville, fornece expertise para automatizar equipamentos, ou fabricar ferramentas por meio da manufatura aditiva.
Outros serviços também são oferecidos por nossos laboratórios, como softwares de bioinformática, ensaios físico-químicos para levantar as informações que assistem a produção no campo. Toda essa expertise é encontrada dentro dos Institutos SENAI para auxiliar as indústrias de alimentos a perseguirem essa nova tendência de mercado.