Hoje, somente 40% da capacidade instalada de produção de energia global é renovável, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). Apesar dos crescentes investimentos em energia solar e eólica, a maior parte das plantas de geração ainda é proveniente de fontes fósseis, mesmo em países ricos.
O Brasil se destaca nesse cenário. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 83,6% da matriz energética brasileira é renovável. Esse dado é puxado em grande parte pelas hidrelétricas que representam (56%) mais da metade da geração. O que coloca o Brasil na liderança da transição energética e o posiciona como um país de referência no mercado global.
Porém, a corrida não está ganha e o potencial de fontes renováveis e limpas no país está longe de ter sido atingido. No ano de 2022, 295 gigawatts (GW) de energias renováveis foram adicionados ao mercado internacional. Um recorde sem precedentes, fomentado pelo investimento de países do norte global em energia solar e eólica (Irena). Para acompanhar esse salto da transição energética, o Brasil precisará depender cada vez menos da matriz hidrelétrica e apostar mais e mais em fontes limpas.
Energia Renovável x Energia Limpa
Apesar dos nomes serem similares e aparecerem nos mesmos contextos, eles se referem a processos distintos. As energias renováveis são fontes naturalmente restabelecidas pela natureza em algum ritmo. Um exemplo disso são as hidroelétricas, que a partir do ciclo das chuvas têm os seus reservatórios reabastecidos.
Essas fontes de energia são consideradas renováveis porque não se esgotam com o uso contínuo, como é o caso do petróleo ou do carvão mineral. Um poço de petróleo, ou uma mina de carvão, além de emitirem gases poluentes na atmosfera, podem ser explorados até sua exaustão.
Já as energias limpas são métodos de geração de energia que têm um impacto ambiental mínimo. Isso pode abranger uma variedade de tecnologias e processos que são projetados para reduzir ou eliminar a emissão de poluentes. A energia solar, por exemplo, é gerada através da conversão da luz solar em eletricidade por meio de painéis solares. É considerada limpa porque não produz emissões de gases de efeito estufa durante a geração de eletricidade, e, além disso, a luz solar é uma fonte de energia praticamente inesgotável.
Embora a matriz energética brasileira seja renovável, ela ainda não é majoritariamente limpa. A energia hidrelétrica, por exemplo, não é vista por muitos especialistas como verde em razão das amplas áreas de vegetação que são inundadas após a construção de uma represa. O impacto ambiental de uma hidrelétrica é indireto, mas significativo. Essas áreas inundadas deixam de capturar carbono na atmosfera e, portanto, não contribuem com a descarbonização da economia.
Brasil: um país de muito sol, ventos e mares
Os desafios de implementar uma matriz energética limpa são menores para o Brasil do que para qualquer outro país do mundo. Aqui nós temos sol, ventos e uma costa que se estende por 7637 km. A riqueza natural do país guarda um potencial energético imenso. Qualquer um que já tenha ido a uma praia brasileira sabe que essas três coisas nós temos de sobra.
Vamos analisar o caso da energia solar, por exemplo. Hoje, a capacidade instalada no Brasil representa 4,9% do total, segundo a ANEEL. Isso equivale a 9.635 kW de energia elétrica gerada. Porém, diariamente incide entre 4.444 Wh/m² a 5.483 Wh/m² de raios solares no país, de acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar. A região menos ensolarada do país, no Rio Grande do Sul, ainda tem o potencial maior do que a Alemanha, país com o maior número de placas solares.
Essas oportunidades de geração se espalham para outras matrizes. O Ministério de Minas e Energia elenca, por exemplo, o potencial da energia eólica na costa, o potencial da energia eólica offshore nos mares, a maremotriz e do hidrogênio verde. Quando se observa o cenário mais amplo, o Brasil desponta na transição energética como o território mais equipado para desenvolver diversas formas de geração de eletricidade. Essa é uma ótima notícia para empresários, pesquisadores, formuladores de políticas públicas, mas acima de tudo, é um alento para o meio ambiente.
Instituto SENAI de Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis
O futuro depende de atitudes conscientes e sustentáveis na produção de energia. Estamos crescendo de forma acelerada e modernizada, com isso a indústria precisa manter um olhar atento a sua sustentabilidade, buscando desenvolver alternativas para o seu consumo de energia.
Para criar soluções que levam economia de energia para a indústria, o Instituto SENA de Santa Catarina trabalha com pesquisas e desenvolvimentos, além de atuar na área com a consultoria em eficiência energética. Também é importante ressaltar também que o Instituto SENAI de Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, em Jaraguá do Sul, oferece formação Master Business Innovation (MBI) em Energias Renováveis e Mobilidade Elétrica. A especialização tem abordagem híbrida, com atividades remotas, mediadas por tutores, e presenciais, com desafios tecnológicos e imersões em centros de referência do tema (empresas, usinas e instituições de pesquisa e ensino).
Além da formação, o Instituto fornece consultorias para indústrias de todos os portes que queiram instalar gerações de energia limpa. Sejam painéis solares, ou torres eólicas, nossa equipe conta com a expertise para impulsionar a transição energética em empresas dos mais diversos setores.